Turismo Rural Gaúcho tem grande potencial a ser explorado

Florestal

Mesa de abertura: Finck, Smaniotto, Lima, Pompermayer, Mello, Baldisserra e Nascimento. Foto Choks/Divulgação.

As modalidades Agroturismo, Ilexturismo e Glamping foram pautas do 15º Fórum Florestal do Rio Grande do Sul, durante a Expodireto Cotrijal. Com o tema Florestas Integradas ao Turismo, o encontro reuniu gestores, produtores, técnicos e empresários do setor.

O biólogo Jaime Martinez, professor da UPF (Universidade de Passo Fundo), apresentou o mapa do parque da Expodireto para falar sobre a importância do turismo nos bosques. Ele explicou o projeto Bosques Gaúchos, desenvolvido no Espaço da Natureza, numa área de 11 hectares no parque, que consiste na formação de sete regiões vegetais representativas do Rio Grande do Sul ao redor do lago, no formato de bosques: savana (campos), estepe (campanha), savana-estépica, floresta ombrófila mista, floresta ombrófila densa, floresta estacional decidual e floresta estacional semidecidual.

Conforme Martinez, o que levaria dias para conhecer visitando todas as regiões do estado, pode-se visitar em 1 hora no parque da Cotrijal. “Numa só viagem é possível conhecer todos diferentes ecossistemas que temos no RS. Com exemplares de árvores como o espinilho, da Barra do Quaraí, e as araucárias, dos Campos de Cima da Serra”, salientou o professor.

Potencial da erva-mate

O extensionista rural da Emater/RS-Ascar, agrônomo Ilvandro Barreto de Melo, palestrou sobre Ilexturismo, modalidade que busca aproximar turismo à árvore símbolo dos gaúchos, a erva-mate. "O Rio Grande do Sul está iniciando neste processo", disse Melo. "Existem algumas iniciativas interessantes nos polos ervateiros da região dos Vales, Alto Taquari e Celeiro-Missões", completou.

Para os gaúchos, os benefícios do hábito de tomar chimarrão são desfrutados diariamente. A bebida tornou-se símbolo de hospitalidade onde quer que seja servida. “A identidade do gaúcho, independente de onde estiver - se portar uma cuia será identificada”. Ao ressaltar a importância da planta, ele lembra que ela também está presente na arte, na musicalidade e na poesia gaúchas. Além disso, o turismo movimenta também outros setores, podendo atrair visitantes para conhecer todo o processo de produção da planta, assim como saborear diversas receitas com erva-mate, numa diversidade em alta gastronomia. “Aí a erva sai do mundo do porongo e entra noutro mundo, de universalização da erva-mate”, enfatiza ao apontar a erva-mate como estratégia para potencializar o turismo gaúcho.

Camping com glamour

Marcos Santini, proprietário da Geonâmica – Cúpulas Geodésicas, apresentou a proposta de acampar com luxo, que remonta ao século 16. Ele explicou que o termo Glamping é uma junção das palavras glamour e camping. "O glamping está iniciando no Brasil, mas é muito difundido na América do Sul, especialmente no Chile e Argentina", concluiu. Com esta prática é possível fazer turismo de aventura e rural com uma estrutura montada para garantir conforto e segurança aos turistas.

Agroturismo Tecnológico

Outro tema do fórum, o Agroturismo Tecnológico, foi abordado pelo coordenador técnico da Famurs (Federação das Associações de Municípios do RS), Mário Ribas do Nascimento. Segundo ele, municípios como Não-Me-Toque, onde ocorre a Expodireto Cotrijal, têm grande potencial para o agroturismo tecnológico, pois concentra um expressivo parque de máquinas e atividades agrícolas. “Precisamos formar uma grande rede para fomentar esse setor, buscando caminhos para investimentos com bons projetos - tanto na iniciativa privada, quanto no poder público”, adverte o gestor.

Presenças

Compuseram a mesa de abertura do Fórum o coordenador da Câmara Setorial da Erva-mate, Tiago Finck; representando a Secretaria de Turismo do RS, Flávio Smaniotto; representando Ibramate, Paulo Lima; Álvaro Pompermayer, presidente do Sindimate; superintendente da Cotrijal, Gelson Mello Lima; diretor técnico da Emater, Claudinei Baldisserra, e coordenador técnico da Famurs, Mário Ribas do Nascimento.