Presidente da Expodireto Cotrijal, Nei César Manica, faz balanço do setor

A 22ª Expodireto Cotrijal marcou a retomada dos eventos presenciais em grande estilo. Além do recorde no volume de negócios, a feira teve um sucesso imenso de público e mostrou ao produtor o que há de mais avançado para a lida no campo. Em entrevista exclusiva, o presidente da Cotrijal, Nei César Manica, fez uma avaliação do evento e falou sobre o momento desafiador que a agropecuária gaúcha enfrenta. Leia os principais trechos.

O senhor falou na abertura que essa seria a maior Expodireto da história. E os números mostram que de fato foi, com recorde em negócios e uma grande presença de público. Esses resultados já eram esperados?

Nós tínhamos a convicção de que seria uma grande exposição, porque não tivemos em 2021, então a expectativa de todos os produtores, expositores, estandes de inovação e tecnologia era muito grande. A participação de todas as empresas, de todos os segmentos foi o que formou realmente a realização dessa grande feira. E o público também veio surpreendendo, pois foi um dos maiores da Expodireto. Então realmente foi a retomada do agronegócio presencial.

E como você avalia essa retomada?
Minha avaliação é muito positiva, porque a área internacional teve um comparecimento maciço, a agricultura familiar também teve seu melhor desempenho, tivemos uma grande movimentação na Arena Agrodigital e a própria Expodireto Digital também foi um sucesso. Todos os eventos ocorreram normalmente, e as empresas vieram com atrações acima do esperado. A avaliação dos expositores também foi muito positiva, o que me deixou muito feliz.

O que o senhor destacaria da edição de 2022 da feira?
A tecnologia e a inovação que surgiram e foram apresentados na Expodireto em todos os segmentos, como máquinas e equipamentos, e a área digital. Elas trouxeram oportunidades importantes.

Qual o sentimento em ver o parque cheio novamente?
Foi muito gratificante, porque ficamos 2021 sem feira, e parecia que estava vazio, faltava algo. E quando nós iniciamos já no domingo à noite, com o Troféu Brasil, a premiação foi um grande sucesso. Estávamos muito felizes, porque ali sentimos que realmente seria uma exposição grandiosa com repercussão nacional e internacional.

O senhor falou sobre a Expodireto Digital, que teve mais de 2 milhões de acessos. Como foi essa iniciativa?
Buscamos dentro de uma exposição presencial, também agora conectar no virtual, que vem a agregar com esse grande número de acessos que teve. Isso demonstra que a Expodireto ganhou uma dimensão global. A feira é presencial, mas a parte virtual veio para ajudar inclusive os expositores, e dar oportunidade para as pessoas que não puderam vir para a exposição.

Entramos em um ano eleitoral. Que pautas o senhor acredita serem importantes para a discussão?
A eleição em si não foi discutida, pois na Expodireto não temos foco em política. Mas o que a Expodireto tem feito e tem sido muito positivo é buscar soluções para o agronegócio, então foi dado encaminhamento a solicitações de recursos que agora estão esperando os detalhes. A Expodireto tem essa condição por sua grandeza.

A estiagem foi a grande vilã de 2022? Quais os prejuízos sofridos?
É um ano com uma grande estiagem. Tivemos uma grande feira, mas não podemos esquecer que lá no campo o produtor realmente está com uma dificuldade muito grande. Há produtores com quebra de 70% a 80% na produção. Vamos ter, com certeza, uma quebra acima de 60% na cultura da soja. 

A covid-19 ainda está por aí, temos uma guerra na Europa… Quais os maiores desafios para 2022?
Em 2022, entramos ainda em final de pandemia, já em um estágio bastante controlado. Temos as eleições, e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia também está trazendo um prejuízo muito grande em termos de aumento nas matérias-primas. Então vamos ter ainda um ano bastante difícil, com as taxas de juros subindo bastante. É um ano de cautela.

Quais os planos para a edição de 2023?
Agora é o momento de fazermos uma avaliação desse ano, nos preocuparmos com a safra da soja e do milho, buscar recursos, para depois começar a planejar a Expodireto. E com certeza vamos buscar superar mais uma vez esses recordes.


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