O secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, Covatti Filho, permaneceu na Expodireto Cotrijal do primeiro ao último dia. Em meio a uma agenda concorrida, ele conversou com a ExpoRevista sobre a importância da feira e a necessidade de preparar os produtores para usarem as novas tecnologias no campo. Leia os principais trechos da entrevista:
O senhor está aqui na Expodireto desde o primeiro dia. Fale sobre a importância da feira e sobre os compromissos que o senhor vem tendo.
A Expodireto é a primeira feira de grande proporção do ano, onde conseguimos sentir todo o ânimo do produtor gaúcho. Então vemos esse sentimento, para cada vez mais fortalecer essa relação. A Secretaria de Agricultura desde o ano passado tem o Gabinete Itinerante, e nesse ano resolvemos ficar todos os dias da feira, justamente para atender as demandas dos agentes políticos, produtores e participantes de todos os fóruns, de toda a programação.
Que balanço o senhor faz de seu primeiro ano à frente da secretaria?
A Secretaria da Agricultura é como uma montanha russa, porque vivemos esses altos e baixos de produção, de demandas, de todas as situações. No ano passado, estávamos aqui na Expodireto falando de uma enchente que pegou a cultura do arroz, e agora estou falando sobre uma estiagem que está atingindo o Rio Grande do Sul. É o papel da secretaria, pela riqueza de culturas e a grande diversificação do estado, debater. Temos esses grandes maquinários, a alta tecnologia à disposição do produtor, mas tem também o outro lado, tem a Emater cuidando dos pequenos agricultores, o Pavilhão da Agricultura Familiar, pautas para a agricultura familiar, pautas do leite, do trigo, do melhor manejo para cuidar o solo… Sempre seremos parceiros, sempre estaremos à disposição, e por isso que esse um ano está sendo de grande experiência.
Ouvimos muito de falar na agricultura 4.0, e a Arena Agrodigital mostra várias inovações. Como o governo vê esse avanço tecnológico e como levar isso para o pequeno produtor?
Independente de termos as tecnologias de hoje, precisamos capacitar o produtor. Por isso a importância da Emater, e das cooperativas também, da rede técnica que eles estão tendo através de seus associados. Não adianta estar disposto a ter uma nova tecnologia se não souber usufruir ela.
Como o governo vem enfrentando a seca?
A seca traz um prejuízo econômico muito grande para o produtor. Quando esse prejuízo é agravado, a gente fica muito dependente do Ministério da Agricultura, que é importantíssimo nessa situação para que o Rio Grande do Sul amenize a crise e dê segurança para o produtor. Entregamos uma pauta de 10 itens para a ministra Tereza Cristina. Esses itens estão sendo trabalhados. Já buscamos e conseguimos o fortalecimento de R$ 2 milhões no programa Forrageiras, que foi junto ao ministério, e acrescido o valor da Secretaria de Agricultura. Será um programa com orçamento de R$ 6,5 milhões. Nós vamos potencializar a parte de irrigação, em dois momentos. Temos o programa específico dentro da secretaria, questão de orçamento, e nós vamos rever todo o processo burocrático de um licenciamento ambiental. Eu brinco que na Expodireto, aqui na rua de baixo onde ficam as instituições financeiras, há um assédio ao produtor, porque há uma disputa no mercado gigante, desde o Sicredi, o Banco do Brasil, o produtor tem todas essas opções. E agora com toda a questão da seca, o investimento está sendo muito na parte de irrigação. Só que o produtor tem uma aprovação de um financiamento, vamos dizer, de tantos milhões, e o processo de licenciamento ambiental é muito demorado, chegando a um, dois anos, e temos que diminuir essa burocracia. É dessa maneira que, por parte do Estado, vamos encarar, e vamos cobrar ações do Ministério da Agricultura.
A presença da ministra no primeiro dia da feira mostra que há boa relação entre o estado e União nessa área?
Além de uma amiga pessoal, ela faz um excelente trabalho. Temos essa relação gigantesca e, com a presença aqui na Expodireto e em outras feiras que virão que ela já confirmou, a ministra Tereza Cristina demonstra esse compromisso com a agricultura do Rio Grande do Sul. Confiamos muito que ela vai dar essa mão amiga e que a União vai nos ajudar.