Organização comemora resultados com destaque para a estreia de expositores da China
O otimismo para 2024 em relação ao agronegócio brasileiro tem se confirmado nos resultados da 24ª Expodireto Cotrijal. O recorde não ficou restrito apenas ao volume de negociações e de visitantes. O Pavilhão Internacional contou com o segundo maior número de comitivas de todos os tempos, com a presença de 71 países e mais de R$226,6 milhões em negócios fechados, um dos maiores saldos de todas as edições. A China, que já conhecia a feira como visitante, ganhou os holofotes levando para o evento, pela primeira vez, empresas expositoras dos setores de máquinas agrícolas, construção e geração de energia sustentável. Também estrearam como expositores Vietnã e países árabes.
A área internacional também atrai empresários de outras partes do Brasil, como Roraima, Tocantins e Maranhão, que buscam ter contato com importadores para comercializarem seus produtos. “Produtos esses que não são produzidos no Rio Grande do Sul, como por exemplo o açúcar”, explica Matheus Prato, coordenador do Pavilhão Internacional da Expodireto.
Comitiva Chinesa foi a maior
A forte presença do gigante asiático é um desdobramento da missão da Área Internacional da Expodireto Cotrijal, que visitou o país para fortalecer as relações comerciais. “É resultado de um trabalho de meses que antecedem a feira. Eles têm no Brasil uma referência em tecnologia agrícola e segurança alimentar”, revela Matheus Prato, coordenador da área internacional da Expodireto.
A empresa chinesa JET JNG US levou à Expodireto um processo inovador de fabricação de fertilizantes utilizando uma forma de energia sustentável, mesmo se tratando do carvão mineral como fonte. Isso porque a partir das emissões de carbono e enxofre liberados pela queima do carvão, a empresa captura esses elementos químicos o os transforma em fertilizantes.
Edward Lee, chefe do escritório de negócios da JET JING Us na China, explica que o objetivo é a cooperação mútua entre os dois países, especialmente com o Rio Grande do Sul, tendo em vista que o Estado é o maior produtor de carvão mineral do Brasil. “Estamos muito satisfeitos com as negociações realizadas neste evento. Tem sido uma rica troca de conhecimento que nos dá segurança de expandir e fidelizar o mercado aqui na região Sul”, assegura.
Ministério da Defesa da Nigéria esteve presente
Outro país que participou das rodadas de negociação da Área Internacional foi a Nigéria. Representantes do governo, incluindo o Ministério da Defesa, estiveram na Expodireto em busca de inovações para a agricultura do país. Esse interesse se deve ao fato de que o exército nigeriano é responsável por boa parte da produção de alimentos para o próprio contingente militar e para a população. “O governo da Nigéria está surpreso com as inovações apresentadas na feira para aprimorar os processos de plantio, manejo e colheita”, conta Matheus Prato.
Bicentenário da imigração alemã no Brasil
O Pavilhão Internacional também celebrou o bicentenário da imigração alemã, nação com descendentes que têm suas raízes na agricultura brasileira. No Rio Grande do Sul a influência da cultura germânica é ainda mais notável. “São 200 anos de relações que se fortalecem e se intensificam seja no campo político, econômico ou cultural. Aqui no Rio Grande do Sul, sempre me impressiona o número de pessoas que falam alemão, que têm um vínculo com a cultura alemã, e isso depois de cinco, seis ou sete gerações de imigração”, orgulha-se Marc Bogdahn, cônsul-geral da Alemanha no Brasil.
A parceria entre os dois países esteve em destaque, especialmente considerando o cenário de negociações para o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, que permeia discussões econômicas e ambientais relacionadas ao agronegócio. Atualmente o Brasil é o único parceiro estratégico da Alemanha na América Latina, segundo o cônsul-geral.