Estrangeiros visitaram estandes, trocaram conhecimento e participaram de negociações que movimentaram mais de R$ 62,6 milhões.
Delegações de 53 países participaram da 22ª Expodireto Cotrijal. No Pavilhão Internacional, visitantes aproveitaram para conhecer a força do agronegócio gaúcho, trocaram conhecimento com produtores e expositores e participaram de negociações que movimentaram um total de US$ 19,4 milhões, equivalentes a mais de R$ 62,6 milhões.
As novidades neste ano foram as presenças de delegações da Namíbia e do Arzebaijão. Em apresentação para o público, o embaixador azerbaijano no Brasil, Elkhan Polukhov, defendeu uma integração maior no comércio das duas nações, que têm especialidades distintas. "Seu país tem uma ampla experiência na agricultura, enquanto o Azerbaijão tem muita experiência em petróleo e gás mas, paralelo a isso, nosso segundo maior item em exportações são produtos agrícolas", compara o embaixador.
Auxiliados por tradutores, visitantes percorreram os estandes para conferir as novidades da feira. Entre eles, estava o gerente geral da empresa boliviana Agromatic, Sérgio Morón Andrade. Ele conta que já faz alguns anos que costuma visitar a Expodireto Cotrijal para conferir as modernas máquinas agrícolas. “Há muitas oportunidades boas de fazer importação para a Bolívia, dado que os produtos que estão sendo oferecidos na feira são muito interessantes e inovadores e, além disso, têm um preço bastante competitivo", afirma o boliviano.
Em busca de tecnologia e investimento
A avançada tecnologia na área agrícola atraiu a visita do embaixador da Nigéria no Brasil, Muhammad Makarfi Ahmad. Além de conhecer as novidades nos estandes, o africano teve como objetivo buscar investimentos para seu país. “Estamos aqui para explorar as oportunidades que existem para investidores nigerianos nessa feira de comércio, e também estamos ansiosos para conhecer brasileiros interessados em ir à Nigéria para investir”, afirma.
Ahmad conta que visitou a feira pela primeira vez, mas a delegação nigeriana participou de outras edições. "Meus antecessores na embaixada já estiveram aqui e nos beneficiamos imensamente, fazendo algumas contribuições para estreitar os laços comerciais entre o Brasil e a Nigéria em muitos campos”, comenta.
O embaixador se mostrou impressionado com o que viu nos estandes, especialmente na área de sementes e maquinários agrícolas. “O Brasil é uma das economias mais avançadas em termos de agricultura tropical, com um vasto fornecimento de tecnologias. Acreditamos que a colaboração com o Brasil nessas áreas vai fortalecer as colheitas de alimentos em vários países da África”, relata.
Ministro do TCU apresenta soluções para crise hídrica
Produtores e autoridades políticas lotaram o Pavilhão Internacional no primeiro dia da feira para ver Augusto Nardes, ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), apresentar o painel Nova Agenda Mundial de Proteção do Clima e a Solução para a Crise Hídrica do Rio Grande do Sul.
O ministro falou sobre o trabalho coordenado entre o Brasil e outros países latino-americanos que estabeleceu indicadores para a fiscalização, com o objetivo de evitar irregularidades em áreas protegidas. "É muito mais interessante fazer a prevenção do que a punição, pois quando você faz a punição, já houve o desvio, a fraude. Só multar e penalizar é ficar na zona de conforto”, afirma.
Como alternativa para combater a crise hídrica a longo prazo, Nardes apresentou o programa Pontes Para o Futuro, que consiste na plantação de árvores para ajudar a recuperar e preservar as nascentes dos rios.
A partir dessa iniciativa, o governo federal lançou em 2020 o Programa Águas Brasileiras, que tem como meta o plantio de mais de 100 milhões de árvores em parceria com a iniciativa privada. “Se não preservamos as nascentes, baixa o lençol freático e a água diminui, e então não se pode fazer a irrigação”, alerta.