Marcos Marin enfatizou o pensamento crítico, a comunicação, a colaboração e a criatividade no cooperativismo
Com incentivo à participação ativa dos jovens nas propriedades rurais, a cooperativa Cotrijal realizou o tradicional Fórum do Jovem Cooperativista no último dia da 24ª Expodireto. O evento, em sua 12ª edição, reuniu centenas de jovens de várias regiões do Estado.
O presidente da Expodireto Cotrijal, Nei César Manica, destacou a importância de discutir o papel dos jovens no setor agrícola: “Temos certeza que o trabalho com o jovem é o mais importante e desafiador, pois sabemos da dificuldade do jovem ficar no campo.”
Já o vice-presidente da Expodireto Cotrijal, Enio Schroeder, observou as mudanças positivas que têm incentivado os jovens a permanecerem no campo e se envolverem nos negócios familiares e cooperativas. “Hoje, o jovem e a mulher agricultora são bem reconhecidos. Todos sabem da importância do meio rural, pois sem o produtor não há comida. Ser agricultor é a profissão mais nobre. Muito mudou e hoje os jovens têm orgulho de ser do campo”, avalia.
Origem do cooperativismo
Especialista em comunicação corporativa e parceiro de empresas agrícolas e cooperativas do agro, Marcos Marin abordou em sua palestra, “Acelerando o futuro”, a história e os princípios do cooperativismo, destacando sua origem em Rochdale, Inglaterra, em 1844. Ele mencionou como 28 pessoas se uniram para formar a primeira cooperativa, estabelecendo os fundamentos que ainda são seguidos hoje, como adesão voluntária, gestão democrática e participação econômica dos membros. “Elas perderam o emprego, se reuniram, compraram alimentos e venderam. Um ano depois eram 1,4 mil pessoas”, detalha.
Produtividade e competitividade
Segundo Marin, muitos especialistas apontam quatro forças-chave que impulsionam o aprendizado: pensamento crítico, comunicação, colaboração e criatividade. Jovens em cooperativas têm uma vantagem, pois essas habilidades são inerentes ao ambiente cooperativista. O pensamento crítico ajuda a filtrar informações de forma equilibrada, a comunicação clara e simples é essencial, a colaboração maximiza o potencial do grupo e a criatividade é crucial na resolução de problemas, todas conferindo vantagem competitiva.
Tecnologia e inovação a favor do agro
Marin diz que a integração crescente da Inteligência Artificial em várias áreas agrícolas é inevitável, mas existem aspectos em que ela não pode substituir a habilidade humana. “Por exemplo, devemos usar o Prompt no ChatGPT e utilizar de maneira inteligente o comando que vamos dar a ele”, explica. Isso pode ajudar na pesquisa, especialmente quando combinado com as forças do aprendizado.
De forma dinâmica, o palestrante levou ao público informações sobre a necessidade da adaptabilidade às tecnologias para maximizar o potencial no agronegócio e apresentou ferramentas que podem ser usadas como estratégias.
Ao final, ocorreu um bate-papo com Patrick de Quadros, integrante da Liderança da Cotrijal e representante da cooperativa no Comitê Jovens Cooperativistas da Ocergs (Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul); da associada da Cotrijal, Kysile Müller e do agrônomo da Cotrijal, Almir Cesar Rambo.
Atenção às oportunidades
Do município gaúcho de Bom Progresso, Luana Maragon, 27 anos, integrante da Cooperativa Cotricampo, foi especialmente para assistir o Fórum. “Achei bem interessante a palestra sobre o uso da tecnologia. Todo mundo tem um telefone na mão, a tecnologia está bem a favor do produtor, só não usa quem não quer. São ferramentas que facilitam muito o agronegócio”, observa.