A grande novidade deste ano foi a Arena Agrodigital. Como surgiu a idéia de se ter um espaço dedicado exclusivamente à tecnologia?
Em 2020, a grande novidade da nossa Expodireto foi realmente a Arena Agrodigital. A ideia surgiu baseada na inovação, das startups, laboratórios que o mundo todo vem falando. Nós estivemos em San Francisco, nos Estados Unidos, e também em Tel Aviv, em Israel, onde observamos que nós precisávamos implementar na Expodireto um local voltado à tecnologia. E construímos uma excelente arena com 1,6 mil metros quadrados que comportou 22 empresas que já possuem as tecnologias e que puderam apresentar aos clientes que ali passaram. Também tivemos seis startups. E ali se criou um novo mundo. Onde as pessoas poderão no futuro transformar num grande laboratório para que nós possamos auxiliar cada vez mais o produtor no uso das melhores tecnologias, melhores aplicativos e com isso reduzir o custo. A Cotrijal e as demais cooperativas são um grande canal difusor dessas novas tecnologias nessa área do agro e do campo.
E entre as atividades no local o que o senhor gostaria de destacar?
Nós tivemos várias palestras. Um dos destaques nas palestras que chamamos de magnas foi o Paulo Hermann, CEO da John Deere pra América Latina. Também tivemos com o Gil Giardelli, que tem uma passagem muito importante no Vale do Silício, nos Estados Unidos, e as empresas realizaram mais de 60 palestras durante o dia programadas para os seus clientes. Realmente foi uma grande oportunidade e estamos muito felizes porque esta arena veio com uma modernidade e uma tecnologia impressionante. Foi um ponto importante da nossa Expodireto.
Na edição do ano passado falamos sobre a possibilidade de a feira aumentar. A partir da compra de uma nova área e do interesse de outras empresas em virem. Como está esse projeto?
Realmente, nós ampliamos a área, adquirimos mais 34 hectares em frente ao parque. Nós temos uma discussão em torno dessa ampliação porque existe um asfalto, uma rodovia que passa em frente à Expodireto. Então nós estamos estudando algumas possibilidades. Há sim muitas empresas que estão na espera de uma oportunidade há muitos anos e outras que já expõem e que gostariam de ampliar a sua área. Temos esta oportunidade, mas ainda teremos uma ampla discussão sobre o projeto.
Se falou muito em exportações, moedas estrangeiras em alta, coronavírus. Segundo o senhor observou, qual a expectativa para os ganhos neste ano?
Nós tivemos uma visitação bastante expressiva na Área Internacional, mas não podemos deixar de destacar a presença de muitas delegações do Brasil todo aonde muitos negócios se realizaram. Antes da Expodireto era sinalizado sobre uma grande epidemia que havia saído da China e já havia chegado a alguns países da Europa, mas felizmente nós conseguimos realizar a nossa feira sem termos detectado nenhum problema se quer, então foi muito importante. Tivemos também a sorte de este vírus ter chegado ao Brasil mais tarde e isso nos deixou muito tranquilos porque a Expodireto possibilita a realização de muitas negociações. Registramos mais de R$ 2,6 bilhões que vai aquecer muito a economia das nossas empresas e da região. O coronavírus com certeza vai afetar muito a economia e nós vamos ter um ano bastante preocupante. Primeiro precisamos ter que cautela com a nossa atividade cuidando da saúde de todos colaboradores, fornecedores, clientes e produtores e segundo a economia do Brasil e do mundo que vai sofrer. Precisamos primeiro equacionar essa questão do coronavírus pra depois pensar em restabelecer a economia.
Dos encontros e discussões ocorridos na feira quais reivindicações foram feitas que o senhor gostaria de destacar?
Nós tivemos desde janeiro discussões sobre estiagem pois a partir do mês de dezembro começou uma grande seca no Rio Grande do Sul afetando muito a produção das nossas culturas e ela vem se aprofundando até a realização da Expodireto. E todas as culturas a soja, o milho, o arroz e outras atividades também como fumo foram muito prejudicadas. E uma das ações da Expodireto é ser palco de grandes reivindicações para o agronegócio e reunimos senadores, deputados, instituições financeiras, junto a todas entidades, Farsul, Fetag, Ocergs, FecoAgro, CCGL, Cotrijal, e discutimos as necessidades e levamos a Brasília com um grande e único documento elaborado pelo RS com apoio do governador, presidente da assembleia , secretário de Agricultura. Aliás, ele esteve a semana toda na feira assim como o presidente da assembléia. Esse conjunto de entidades elaboraram um documento mostrando a gravidade do problema que o RS esta passando com a estiagem para que o governo federal busque alternativas para que a nossa economia não pare. Tenho certeza que seremos atendidos, pois eles estão sensibilizados. A ministra Tereza Cristina esteve na Expodireto e está a par do tudo que passamos no RS.
Das autoridades presentes, quais trouxeram as melhores notícias?
A Expodireto acaba sendo um momento de encontro com as autoridades em busca de informações. Não houve grandes anúncios em cima da Expodireto, mas, mesmo assim houve a solicitação de muitos pedidos para todos os setores. Tivemos a presença do ministro Onyx Lorenzoni, da ministra Tereza Cristina, senadores, governador, deputados estaduais e federais, autoridades internacionais como o ministro da Agricultura do Paraguai, representando o senhor presidente, bem como CEOs de muitas empresas internacionais que estavam aqui expondo e que vieram de diversos países do mundo para participar da nossa Expodireto. Foi um ano de um prestígio muito grande. Contamos também com uma delegação internacional de imprensa com jornalistas da China que vieram conhecer a feira e observaram a força do nosso agronegócio pois eles precisam de muitos alimentos e isso demostra a importância da nossa Expodireto.
A cada ano a Calçada da Fama receberá uma nova personalidade?
Sim, nossa Calçada da Fama já tem o seu espaço, que aumentando a demanda poderá ser ampliado. Ela foi inaugurada o ano passado com 20 personalidades. E este ano tivemos a alegria de eternizar o ex-ministro Alysson Paulinelli. Reunindo 21 pessoas. Cada ano que passa estaremos eternizando um. O local escolhido é central, muito propício e de fácil acesso para todos que chegam ao parque vejam facilmente os nossos homenageados.
A feira chega a sua maioridade, 21 anos, que avaliação o senhor faz da edição deste ano?
Eu diria que atingindo a sua maturidade que veio com os 21 anos, tivemos uma das melhores ou até mesmo a melhor feira até agora. Em termo de organização, considerando participação de público, autoridades, delegações, volume de negócios e principalmente na quantidade e na qualidade de produtos que os expositores apresentaram, em todos os segmentos. Como máquinas, equipamentos, produção animal, vegetal, pequena propriedade, agroindústria, universidades, meio ambiente. Todos que participaram trouxeram realmente uma alta tecnologia e inovações importantes. Então realmente foi a melhor Expodireto realizada até agora entre todas.
Qual o principal desafio para a edição de 2021?
O desafio é sempre o mesmo. O que iremos fazer pra superar e edição de 2020? E com certeza este mercado é muito dinâmico e vamos ter muitas oportunidades para conseguir fazer em 2021 a melhor Expodireto de todas.