Pavilhão Internacional registrou a presença de mais de 60 países
A vinda de compradores estrangeiros para a Expodireto Cotrijal foi um verdadeiro sucesso em 2023, com um montante de R$ 114,9 milhões em negócios. Além de números expressivos, o Pavilhão Internacional também representa um incremento da participação brasileira no agronegócio internacional.
Conforme Matheus Prato da Silva, coordenador da área internacional, cerca de 60 países puderam conhecer a feira. “Aqui no Pavilhão só registramos as presenças de primeira vez. Geralmente, nos anos seguintes, os estrangeiros vêm por conta própria, então o número de países na feira pode ser maior”, apontou.
Estiveram presentes representantes dos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, China, Nigéria, Irã, Iraque, França, Canadá, Alemanha, Venezuela, Índia, Austrália, Argentina, Uruguai, Peru, Colômbia, Panamá, Estados Unidos, Itália, Burkina Faso, Guiné Conacri, Jordânia, Síria, dentre outros.
Além disso, nesta edição, a Área Internacional contou com a participação e apoio da Sedec (Secretaria de Desenvolvimento Econômico do RS), sob a liderança do secretário Ernani Polo.
Projeto Comprador agora é virtual
Esse ano, o Projeto Comprador realizado no estande ocorreu de forma 100% virtual. As empresas participantes apresentaram seu pitch de negócios pela internet, viabilizando que todos os compradores assistissem. “Além do projeto, há diversas ações com a participação de outras entidades, que ampliam o volume de negócios”, sustentou Silva.
Conforme Evaldo da Silva Júnior, diretor de Promoção Comercial e Assuntos Internacionais da Sedec, a ideia do secretário Ernani Polo é fazer com que o governo gaúcho apoie iniciativas privadas de promoção comercial, para atrair investimento estrangeiro de forma direta para o estado.
Autoridades estrangeiras incentivam o desenvolvimento
José Pedro Chantre D’Oliveira, embaixador de Cabo Verde, ficou impressionado com a tecnologia agrícola no Brasil. “É uma feira que impressiona por sua dimensão e qualidade”, frisou. O Cabo Verde é um arquipélago de dez ilhas – nove delas são habitadas – e, devido à sua geografia, possui uma produção muito pequena, insuficiente para suprir suas necessidades. “Nossa produção está mais voltada à agricultura familiar”, destacou.
Este foi seu primeiro contato com o agro brasileiro e sua missão vai além de comprar máquinas e insumos. “Estamos pleiteando a reativação das vias de comunicação aérea e marítima, para facilitar a logística de transporte”, observou.
Como Cabo Verde e Brasil são comunidades parceiras, há incentivos fiscais para compra de produtos verde-amarelos. Todas as importações de produtos brasileiros finalizados entram no arquipélago sem taxas. Além de suprir a alimentação dos cabo-verdenses, também precisam abastecer os turistas, visto que é um dos destinos mais procurados. “Atualmente, o turismo representa 25% do PIB”, observa D’Oliveira.
Alimento para o exército nigeriano
Em alguns países, a produção de alimentos funciona de forma muito diferente do Brasil. É o caso da Nigéria. O militar Sule Festus veio conhecer a feira para ampliar a produção de alimentos. Lá, ele é responsável por uma fazenda que abastece todo o exército local. “Precisamos de tecnologia para a produção animal e vegetal”, destaca.
Emirados Árabes querem proximidade
Os Emirados Árabes Unidos, que importam a maioria dos alimentos que consomem, demonstraram grande interesse em estreitar as relações com o agro brasileiro. Abdullla Khalfan Saeed Al Kindi, diretor do Fundo de Investimentos dos Emirados Árabes, ficou impressionado com a grandiosidade do agronegócio por aqui. “Existem muitas possibilidades de importação. Contamos com incentivos fiscais, pois dependemos de outros países. Mas também temos interesse em máquinas agrícolas e sementes”, declara.