Em entrevista exclusiva, secretário Giovani Feltes, que marcou presença em muitos eventos da programação oficial da Expodireto, fala sobre as prioridades da pasta
Como já é de costume, a Expodireto Cotrijal foi palco de debates entre autoridades, reivindicações dos produtores e discussões sobre o futuro do setor. O titular da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do RS, Giovani Feltes, esteve presente no evento e conversou com a ExpoRevista sobre as principais iniciativas do governo do Estado.
1- Como o senhor avalia a Expodireto Cotrijal para o desenvolvimento do agro gaúcho?
A feira é um momento importante para o compartilhamento de conhecimento sobre novas tecnologias por meio dos debates, palestras e fóruns. Tem extrema relevância do ponto de vista econômico e social pelo volume de negócios gerados. Um local de diálogo, mas também de aprendizado sobre as novas tecnologias e métodos que proporcionam o desenvolvimento do nosso agronegócio. Além disso, milhares de produtores passam pelo parque da Expodireto e têm contato direto com todas as inovações, dezenas de palestras e fóruns que elevam a sua autoestima e o motivam a fazer mais e diferente. Não há como mensurar esse sentimento que é despertado nas pessoas, mas ele é, sem dúvida, extremamente relevante.
2- Qual a previsão de orçamento para a Agricultura gaúcha em 2023? E onde será aplicado?
Para 2023, o orçamento da Secretaria é de aproximadamente R$ 466 milhões, que serão destinados para todas as áreas e para ações de políticas públicas voltadas à agropecuária, entre elas a defesa sanitária, a inspeção de produtos de origem animal e de origem vegetal, além da pesquisa, extensão rural e obras de infraestrutura rural. Neste recurso constam também aportes importantes do Programa Avançar, que estão sendo destinados para ações que mitiguem os efeitos da estiagem e criem políticas permanentes para o estado como forma de superar futuros eventos climáticos que possam ser enfrentados.
3 - Quais as medidas da secretaria para a forte estiagem?
Recentemente, o governador Eduardo Leite, junto ao time de secretariado, apresentou o Supera Estiagem, que tem o intuito de mitigar ainda mais os efeitos da seca em nosso estado, com ações de curto, médio e longo prazos. Dentre as iniciativas, a construção de microaçudes, a instalação de cisternas, a perfuração de poços e a subvenção para linha de crédito de irrigação, são projetos em andamento e em construção pela Secretaria da Agricultura. Os microaçudes já estão em processo avançado, sendo que cerca de 300 municípios já receberam o recurso para a construção de até 12 reservatórios de água. Do ponto de vista legal também houve avanços significativos. Os açudes para irrigação com até cinco hectares são isentos de licenciamento, sendo exigida apenas a outorga para uso de água. Até 25 hectares, a competência da emissão das licenças é dos municípios.
4 - Muito se tem falado sobre a tecnologia na produção agrícola. Há projetos do governo do Estado nesse sentido?
O governo do Estado é incentivador de ações que propiciem melhorias para a produção agrícola. Na Secretaria da Agricultura, estamos com processo de compra de equipamentos para a descarbonização da agropecuária, com ferramentas que fazem a medição de carbono no solo. Com investimento de R$ 5 milhões, via Avançar, serão adquiridos três equipamentos que auxiliarão o produtor rural neste sentido.