Agronegócio: o sustentáculo da economia do Brasil

O Brasil apresenta uma potencialidade agrícola extraordinária, traduzida pela grande área de solos, pelo clima diversificado e por tecnologias apropriadas disponíveis, desenvolvidas pela pesquisa pública e privada. É a resposta do agricultor brasileiro aos desafios a que foi submetido, pois, diferentemente de outros países desenvolvidos, aqui não há subsídios para produzir, os recursos financeiros são escassos e, por isso, os juros altos. Além do mais, os impostos são os mais elevados do mundo, tanto sobre os insumos utilizados, quanto sobre a produção final. Somam-se a isso a falta de estradas em adequadas condições e o alto custo de nossos serviços portuários que reduzem a competição dos produtos agrícolas brasileiros em relação aos outros países exportadores.

Desde 1999, o Brasil bate recordes de aumento da produção nacional de grãos a cada ano, com crescimento maior do que o crescimento da área cultivada. Isso significa um aumento de produtividade decorrente do uso de modernas tecnologias de manejo das culturas. O aumento da produtividade representa o aumento da rentabilidade, mas, também, a poupança de recursos naturais, especialmente, a abertura de novas áreas.

O agronegócio brasileiro representa, 24% de toda a riqueza brasileira (PIB). Praticamente 50% da frota nacional de caminhões transportam produtos relacionados ao agronegócio, seja de insumos, máquinas e equipamentos, seja de produtos vegetais e animais e produtos industrializados. O agronegócio é um dos principais empregadores de mão de obra, especializada ou não, estimado em 16 milhões de trabalhadores, contribuindo para a redução do desemprego no país (37% de todos os empregos).

O agronegócio precisa ser entendido na forma de cadeia, todo agregado econômico, envolvendo todas as atividades econômicas desenvolvidas antes, durante e após a porteira. Estima-se que 10% da renda é gerada antes da porteira (pesquisa, sementes, insumos, máquinas e equipamentos), 20% dentro da porteira (o trabalho direto do produtor na produção de grãos, carnes, leite, ovos, frutas, hortaliças, dentre outras atividades) e 70% da renda é gerada depois da porteira (na industrialização e distribuição). Portanto, o agronegócio é uma atividade econômica muito mais urbana do que rural, porque as atividades antes e depois da porteira são desenvolvidas no meio urbano e não rural, gerando empregos, renda e tributos.

As divisas crescentes geradas pela exportação de produtos agrícolas, vegetais e animais, geram empregos, renda, tributos e divisas que financiam o desenvolvimento de várias regiões brasileiras. Nos anos 2018 e 2019, a exportação do Agronegócio gerou um saldo na balança comercial de US$87,130 bilhões e US$83,019 bilhões, respectivamente. Considerando um câmbio médio de R$4,50 isso representa uma injeção de R$392,1 bilhões em 2018 e R$373,6 bilhões em 2019, na economia brasileira, ou seja, mais de um bilhão de reais por dia (aproximadamente 1850 mil reais na renda per-capita de cada brasileiro por ano).

 

Colunista responsável

Prof. Dr. Elmar Luiz Floss

Prof. Dr. Elmar Luiz Floss

Diretor do Instituto Incia – e.mail: elmar@incia.com.br

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