Com 81 participantes, a Área Internacional marca recorde histórico

Comitiva indiana, que estreou na Expodireto, foi a maior

Situada em área nobre da Expodireto Cotrijal, a Área Internacional teve mais destaque do que todas as outras edições. A quantidade de visitantes foi recorde somando 81 nações, tendo como novidade a presença de representantes de empresas da Índia com 20 pessoas e a participação vultuosa de poloneses, a segunda maior, com 12 participantes. Chineses e italianos também se destacaram. O espaço concentrou as negociações, painéis e expositores de países de todo o mundo. A visibilidade da feira para o mercado brasileiro é estratégica para os visitantes internacionais, que seguem agora as negociações para consolidar as conversas realizadas durante a Expodireto. “A área internacional atua em duas linhas, com nossos expositores brasileiros que buscam exportar seus produtos e também com os estrangeiros que querem inserir seus produtos no mercado brasileiro”, explica Matheus Prato da Silva, coordenador do pavilhão.

A Área Internacional neste ano contou com um sistema de tradução simultânea e também com um espaço para a Famurs (Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul) a fim de atrair investimento estrangeiro para cidades do estado, em especial as afetadas pelas situações climáticas de seca e, no último ano, de enchente. Pode-se dizer que, mesmo com o final da feira, as negociações seguem no decorrer do ano, pois são quando as conversas outrora iniciadas, são consolidadas e parcerias vão sendo formadas. “Entre os visitantes internacionais, destaque para dois objetivos buscar tecnologia agrícola para seus países, como maquinário e a questão do plantio direto, e também a pauta de investimentos”, aponta Silva.

Índia

A Expodireto recebeu pela primeira vez nos seus 25 anos de história uma delegação indiana e ainda se consolidou como a de maior número de representantes, com mais de 20 pessoas. O país também contou com um estande na área internacional da Câmara de Comércio e Indústria Indo-Brasileira (CCIIB). Para Kamal Sharna, vice-presidente de Vendas e Marketing da Dantal Hydraulics, empresa fundada em 1990, foi uma experiência muito boa a estreia na feira, pois foi possível conhecer um pouco do mercado agrícola brasileiro e estabelecer contatos. “Foi a primeira vez que viemos para a América do Sul. Aqui em Não-Me-Toque com certeza voltaremos mais vezes agora que temos um representante no continente. Pudemos estar próximos de fabricantes de máquinas, agricultores e pessoas que de alguma forma lidam com o agro, isso nos permite saber seus interesses e necessidades, além de conhecer o mercado gaúcho”, diz.

Sulivan Geyer, responsável pelo Desenvolvimento do Mercado Latino Americano da Dantal, foi contratado exatamente para que a empresa pudesse ser inserida no mercado gaúcho e a feira foi a oportunidade que precisavam para que o Brasil se tornasse o 16° país a ser incluído no seu rol de clientes e parceiros. “Nós vamos fazer um trabalho de visitas e reuniões para tentar transformar os contatos gerados em negócios. A nossa expectativa é de que até a Expodireto do ano que vem, já tenhamos pelo menos de quatro a cinco clientes estabelecidos e com fornecimento contínuo’, revela.

Polônia

A segunda maior delegação internacional na 25ª Expodireto Cotrijal veio da Polônia. Ao todo, 12 poloneses participaram da feira representando quase 30 empresas e instituições. “O propósito desta missão comercial é conhecer a segunda maior exposição agrícola do Brasil e descobrir o que está acontecendo neste mercado, quais são as tendências, ouvir as palestras e colocar à disposição soluções inovadoras que ajudem o Brasil a acelerar a atividade agrícola e, em seguida, atrair brasileiros para fazer negócios com a Polônia”, explicou Marcin Obalek, COO da Capital Primus Holding e da Câmara de Comércio e Indústria Polonesa-Africana, organizadora da missão do país europeu na Expodireto. Dentro os africanos, destaque para Nigéria, que sempre marca presença na feira.

O grupo está se adiantando ao acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, que deve facilitar a cooperação entre países do bloco. “Este lugar é enorme, tem muitos expositores, muitos políticos e pessoas da indústria agrícola com quem podemos conversar e aprender o que é necessário. Esse é o propósito da nossa missão, descobrir o que está acontecendo nesta área, nesta parte do mundo e ver como podemos nos encaixar com nossos produtos, nossos serviços e nosso conhecimento para ajudar o Brasil, especialmente a indústria agrícola. Dessa forma, podemos nos preparar para as mudanças que virão, com a demanda maior por trocas comerciais entre o Brasil e a Europa. Queremos estar um passo à frente em vez de esperar que os acordos sejam fechados”, enfatiza Michał Jarosiński, consultor de Clientes Internacionais da Usarya.

Para Pawel Pietrzak, proprietário da NoTiller Company, a Expodireto permitiu conhecer soluções de fabricantes brasileiros que podem ser importadas para seus equipamentos na Europa, assim como questões que ainda podem ser melhoradas nas máquinas brasileiras, o que sinaliza um “benefício mútuo da troca de tecnologia entre o fabricante polonês e a fabricação brasileira”, disse. Já Andrzej Mirowski, COO da DW Agro Machinery, está pela segunda vez na Expodireto. No último ano, ele esteve na feira para iniciar as conversas com parceiros brasileiros e agora veio para fechar negócios.

Alemanha

Para Eduard Schweikert, gerente geral de Vendas da alemã MWS Premium Cutting Solutions, que também esteve pela primeira vez na feira, foi uma surpresa agradável a participação deles e sua inserção no mercado gaúcho. “Nós já temos parceiros aqui no Brasil e no Rio Grande do Sul, mas queríamos conhecer pessoalmente as pessoas que fazem o agro, fabricantes de maquinário e tudo que englobe o setor. Assim podemos intensificar as ações, como já fazemos em outros 60 países”, afirma.

Schweikert diz que o leste europeu é onde a empresa tem a maior parte de sua cartela de clientes, mas que acredita que o mercado brasileiro deve crescer muito nos próximos anos, por isso eles vieram conhecer a feira e chegaram até antes dela para pesquisar sobre as safras e entressafras, ver máquinas utilizadas e pesquisar lavouras para poder entender melhor o mercado e suas necessidades, criando soluções para aprimorar cada vez mais a agricultura.

Consolidação Essas discussões e negociações realizadas na Área Internacional demonstram a importância do espaço para a consolidação da Expodireto como uma das principais feiras do agronegócio da América Latina. O retorno de diversos países, assim como ingresso de novas delegações, é esperado para 2026.


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