Presidente da Expodireto Cotrijal, Nei César Manica, comemora números recordes da feira

Mesmo com a expansão de 98 para 131 hectares, o parque da Expodireto Cotrijal foi pequeno para receber tanta gente. Os 320,5 mil visitantes e os 591 expositores movimentaram a feira. Tanto, que o grande estacionamento do evento, pela primeira vez, teve que ser fechado devido à enorme demanda. E os números totais em comercialização também são inéditos e históricos e atingiram R$ 7,043 bilhões

1 - Em sua 23ª edição, a Expodireto Cotrijal foi, novamente, histórica. Com quebra de recordes em todos os números. Como o senhor avalia a feira deste ano?

A Expodireto de 2023 superou todas as expectativas. Foram mais de 320 mil visitantes. Mais de R$ 7 bilhões em comercialização, o que muito nos orgulha. Mas, principalmente por ter ocorrido situações inéditas. Além dos hotéis lotados, que já ocorriam, desta vez, na quarta-feira, o estacionamento encheu completamente por volta das 11 horas e precisou ser fechado. Uma grande locadora de carros de Passo Fundo possui 180 veículos e não foi suficiente para atender a demanda. Havia 10 helicópteros próximos ao parque e no aeroclube de Carazinho chegaram 25 jatos particulares vindos de diferentes partes do Brasil. Algo que jamais havia acontecido no histórico da feira. Além dos números, posso destacar ainda o trabalho realizado que é ainda mais relevante. A Arena Agrodigital recebeu palestras magnas muito importantes com representantes de países como Israel, Estados Unidos, China, Brasil. Toda programação da arena foi digna de destaque. A Agricultura Familiar tinha fila de espera para novos expositores. O Pavilhão Internacional registrou 80 países. O número de autoridades presentes foi grande, e o Troféu Brasil Expodireto que, marca o início da feira, foi um sucesso total. Aproveito para agradecer aos patrocinadores por todo apoio.

2 – Com todos esses dados positivos podemos afirmar que a pandemia e seus efeitos finalmente passaram?

Acredito que sim. O que ainda sofremos é a frustração de safra aqui no Rio Grande do Sul. No Brasil teremos safra recorde, mas por aqui não. Em 2020 foi positivo, mas de lá para cá tivemos aqui no Sul frustração de safra, o que descapitaliza o produtor gaúcho. Por isso é tão importante falarmos para as autoridades nacionais sobre a situação vivida aqui que é totalmente diferente do resto do país. E levantar a questão dos seguros agrícolas. Os números de comercialização foram tão positivos durante o evento devido à grande visitação. Os produtores gaúchos que estão capitalizados aproveitaram os lançamentos e as promoções para fazerem bons negócios.

3 - Um dos grandes temas debatidos foi a estiagem, os problemas que ela trouxe e as possíveis maneiras de contornar os seus efeitos. O senhor acredita que se chegou a algum posicionamento efetivo quanto a isso?

O tema foi amplamente discutido, mas o que considero mais importante tem relação com as leis ambientais que estão avançando. Como criação de açudes, maneiras corretas para a retenção de água. Temos cerca de 1.200 milímetros de precipitação ao ano e essa água da chuva ainda não se armazena. Se trabalharmos nessa retenção não iremos resolver o problema, mas com certeza, vai melhorar. O governo federal veio à feira, mas não apresentou nenhuma sinalização de que fossem abertas linhas de crédito para o agro específicas para o problema. Além disso, as taxas de juros ainda são muito elevadas. O nosso estado precisa ser olhado de maneira diferente. Precisa haver negociação de débitos via cooperativas. Seguimos aguardando posicionamento tanto na esfera federal tanto na estadual com relação a isso.

4 – Com relação a transporte e escoamento da produção foram reivindicadas ou apresentadas melhorias na feira?

Tivemos algumas melhorias nas estradas de acesso ao parque o que é positivo para toda a região. Mas com relação a transporte efetivamente, muito se fala e pouco se faz. Precisamos de manutenção das estradas, mas principalmente ter outras alternativas de escoamento da produção além do rodoviário. Precisamos aumentar os calados e estruturas do Porto de Rio Grande. Sem falar na questão férrea que precisa de investimento para a extensão, mas que está muito devagar no estado. Todo trabalho nesta área anda com muita dificuldade.

5 – Acredito que assim que uma feira termina já se começa a pensar na próxima. É assim, mesmo?

Mesmo após um ano de dificuldade, esta edição superou todas as expectativas, e a preocupação agora é do que fazer em 2024. Estamos iniciando o planejamento. Passado a safra, vamos fazer uma projeção pro próximo ano que com certeza será melhor ainda. Queremos cada vez mais valorizar o expositor. Cerca de 200 empresas ainda esperam por uma oportunidade de expor na feira, mas aos poucos a gente consegue atender e receber a todos.


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