Nei Manica foi idealizador da feira, que caminha para os 25 anos

24ª Expodireto bate recordes históricos e presidente já planeja o próximo ano

A Expodireto Cotrijal comemora mais uma vez marcas históricas em público, comercialização e prospecção de negócios. Mas se alguém pensa que o presidente Nei César Manica está satisfeito, se engana. À frente da cooperativa há 29 anos, foi o visionário que imaginou o evento e se dedica a ele desde sua primeira edição. “Eu estou na Expodireto desde o início. Eu fui o idealizador da feira. Viajei pelo Brasil e pelo mundo para vender essa ideia e a Expodireto foi iniciada lá em 2000. Desde a primeira grama plantada, primeiro poste instalado, primeiro cano colocado eu participo dela ativamente. Sou o presidente há 24 anos.”

E a feira que marcará os 25 anos será ainda maior com planos de ampliação dos espaços para poder acolher novos expositores e receber a todos cada vez melhor. E todo empenho e trabalho tem sido reconhecido, algo que o presidente da feira se orgulha. “Contratamos um órgão especializado e fizemos uma pesquisa com o público da feira que se mostrou 99% super satisfeito. Chama muito atenção o reconhecimento à estrutura do parque, a limpeza dos banheiros, a organização. Temos como meta receber bem o visitante, o expositor, dar condições no parque de circular com muita segurança. Receber bem é o foco que criamos desde o início, com organização, limpeza, com atendimento cordial a todos. Sempre vendemos essa imagem e estamos conseguindo manter.” Nessa conversa descontraída Nei Manica comemora toda trajetória da feira e conta o que está planejando para os 25 anos.

ExpoRevista - A 24ª Expodireto Cotrijal batendo recordes novamente. A que o senhor atribui mais uma edição de tanto sucesso?

Nei César Manica - Tínhamos projetado que teríamos uma grande Expodireto em 2024 e ela realmente aconteceu por alguns fatores importantes. A safra no Rio Grande do Sul se comportando, principalmente a cultura do soja com boas tendências, muitas inovações. As empresas trazendo a mais alta tecnologia e inovação que tem no mercado mundial, a participação maciça de empresas nacionais e internacionais. Uma representação política também muito importante. Desde o nosso lançamento em fevereiro até a abertura, começando pelo Troféu Brasil Expodireto no domingo à noite, foi a entrega da maior premiação do Brasil no setor do agronegócio o que já nos apresentava um cenário positivo. E uma surpresa a evolução dos negócios que ocorreram durante a Expodireto, os produtores capitalizando recursos financeiros pelas instituições, com financiamento. O juro não era tão compatível como nossa atividade precisa, mas mesmo assim, em todos os segmentos houve comercializações que superaram as expectativas. Algumas empresas venderam mais, outras menos, dependendo do segmento que estavam. Podemos dizer que atingimos os objetivos. O público superou em muito ano anterior. Um dos fatores determinantes foi a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, que trouxe um público muito grande naquele dia e tudo isso fez com que a Explodireto se tornasse a melhor e maior de todas já realizadas.

ExpoRevista – Neste ano, fora os eventos que já são tradicionais da programação, notei que se mantém o Fórum da Carne Bovina, que está na sua segunda edição, e tivemos também debates sobre estiagem e irrigação. Inclusive com apresentação do projeto Supera Estiagem do Governo do Estado. É a Expodireto cada vez mais sendo o palco das discussões mais importantes no setor do agro?

Manica - Tem alguns assuntos que são tratados quase que toda Expodireto porque eles não são equacionados e resolvidos. A irrigação é um deles. Nós avançamos muito este ano, discutindo legislação, desoneração da implantação de pivôs de retenção de água, o que foi positivo. Assim como temas importantes como seguro agrícola, o plano safra, o endividamento do produtor, então a Expodireto além de ser uma feira de tecnologia, inovação e negócios, ela se tornou um palco bastante importante para as reivindicações do agronegócio brasileiro. E isso tem contribuído muito junto ao governo estadual e junto ao governo federal, sempre lembrando todas das entidades representativas aqui do estado e a nível nacional, que fazem parte desse contexto e nos ajudam a articular e buscar soluções para o setor primário.

ExpoRevista – Ano que vem estaremos chegando a marca de 25 anos de Expodireto. Olhando para trás, desde o início do trabalho até hoje, que sentimento o senhor tem?

Manica – Quando nós iniciamos, 24 anos atrás, ninguém poderia imaginar que ela chegaria em pouco tempo a se tornar uma feira internacional com espaço no agronegócio mundial e muito conhecida no mundo todo. Mais de 70 países, dos cinco continentes, participaram o que mostra o crescimento que ela teve e o posicionamento que ela tem dentro das feiras mundiais. O desafio é a cada ano, o que fazer para superar a anterior? Nós temos um projeto de expansão do parque, que depende de algumas aprovações junto ao Governo do Estado, que se concretizado teremos aumento ano que vem. Um desafio muito grande, não sei se vamos conseguir, mas buscamos para dar oportunidade de mais empresas participarem para trazer mais inovação para feira 2025.

ExpoRevista – Atualmente a feira tem fila de espera para poder participar. Tanto nos estandes, como no pavilhão da agricultura familiar. Os 131 hectares estão pequenos para tanto interesse?

Manica – No setor de máquina muitas empresas aguardando a ampliação do parque para poder aumentar o seu espaço porque diversificaram suas linhas de produção com muita tecnologia com novos produtos. A Agricultura Familiar vem crescendo a cada ano com muitas empresas familiares nas propriedades buscando espaço que ainda não temos dentro do parque. A Arena Agrodigital crescendo a todo ano mostrando os desafios e toda a inovação da área de tecnologia, que vem muito forte junto com a Inteligência Artificial que é uma realidade e um grande desafio daqui pra frente e que nós temos que estar acompanhando e a Expodireto é um dos canais para que se possa difundir essa tecnologia.

ExpoRevista – Há 24 anos tivemos uma feira analógica. Este ano um evento muito focado em tecnologia e abordando a inteligência artificial. Que principais mudanças o senhor vê na feira, no agro e no mundo nestes anos de evento?

Manica – É uma evolução muito grande, às vezes até nos assusta pela rapidez das mudanças, mas nós temos que estar preparados principalmente por causa dessa nova geração, esses jovens que já vem focado, ligados nessas novas tecnologias e inovações e nós temos que estar preparados para estar inseridos nesse processo. Sempre lembrando que a pandemia nos deu a oportunidade de fazer uma feira híbrida presencial e virtual, mas não tem o que supera uma exposição presencial. Poder participar dos eventos, conversar olho no olho, dar um abraço, tocar nos equipamentos antes de fechar seus negócios. Toda essa inovação ajuda, mas não podemos esquecer que o presencial é insubstituível. Pode-se usar essas ferramentas como suplemento das ações presenciais, mas é uma realidade que precisamos conviver e agregar.

ExpoRevista – O que podemos esperar da feira dos 25 anos?

Manica – Podemos esperar uma feira ainda maior e melhor. Muitas novidades deverão surgir nessa caminhada até a próxima Expodireto. Estaremos atentos para buscar os temas mais importantes, que precisam ser trabalhados durante a feira do ano que vem. Vamos nos organizar, trabalhar e se preparar para termos em 2025 a maior e melhor feira já realizada.


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