Erva-mate figura entre as 13 práticas tecnológicas consideradas potencialmente mitigadoras de emissões de gases de efeito estufa pelo Plano ABC+, do Ministério da Agricultura
A dinâmica das florestas em relação ao Plano Estadual de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC+ RS) norteou os debates do 16º Fórum Florestal do RS, realizado durante a Expodireto Cotrijal 2024.
Na abertura, Mara Saafeld, presidente da Emater/RS-Ascar, ressaltou a importância do plantio de baixo carbono, da pecuária com floresta, do gado leiteiro, do plantio direto e do valor que o mate desempenha na cadeia da erva-mate. “Parabenizo a Expodireto por proporcionar este debate aqui onde o agronegócio se encontra com a agricultura familiar.”
O coordenador do Plano Estadual de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono do Estado do RS (ABC+ RS), Jackson Brilhante, explicou que a intenção é implementar uma agropecuária com características de viabilidade econômica, conservacionista e de baixa emissão de carbono.
O Plano ABC+ RS é composto por oito tecnologias mitigadoras de emissões de carbono: sistema de plantio direto de grãos; plantio direto de hortaliças; florestas plantadas; sistemas de integração; bioinsumos; terminação intensiva; práticas de recuperação de pastagens degradadas e sistemas irrigados. “Nosso compromisso é, até 2030, ampliar em 1,43 mi/ha as áreas com adoção de Práticas para Recuperação de Pastagens Degradadas e estender em 600 mil hectares a área com adoção de Sistema de Plantio Direto”, afirmou Brilhante.
No mesmo foco, Claudinei Baldissera, diretor técnico da Emater/RS, destacou as ações da entidade ao apontar o papel fundamental das Assistências Técnicas e Extensão Rural que trabalham junto aos produtores. “Elas atuam na capacitação e orientação técnica, na adoção de tecnologias sustentáveis, no manejo eficiente de resíduos, no manejo sustentável do solo e na integração de políticas públicas”.
Segundo ele, o agricultor está consciente de que deve produzir cada vez mais com menor custo e mitigando impactos ambientais. “De modo geral, o RS começa a olhar para os biomas e utilizá-los com estratégias importantes de convivência com sistemas agroflorestais”, frisou.
Calculadora de carbono
Práticas voltadas para uma agenda climática em cima da cultura ervateira e a criação de uma calculadora de carbono foram apresentadas pelo coordenador dos programas de Erva-Mate e Café da Fundação Solidaridad, Gabriel Dedini.
Conforme Dedini, o Carbon Matte é uma metodologia para cálculos do fluxo de carbono da erva-mate. “Essa calculadora ajuda a contabilizar os estoques de carbono e faz uma interface com as práticas de manejo que são adotadas pelo agricultor. Então, a gente consegue fazer uma adequação de melhores práticas, olhando também para esse resultado do sequestro de carbono dentro dos sistemas de produção”, destacou.
Desenvolvida através de parceria entre Fundação Solidariedad e Embrapa, a calculadora é composta por uma planilha eletrônica na qual são inseridos dados como produção de biomassa e as práticas silviculturais adotadas. Ela calcula emissões e remoções totais de carbono do sistema e as fontes de emissão de alguns dos principais gases de efeito estufa como o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4).
A ferramenta pode ser acessada de forma gratuita pelos produtores, por meio do site da Embrapa Florestas, e dá suporte para trabalhar junto com o Plano ABC+.