Fórum Florestal - Turismo Rural focado na erva-mate é em pauta do evento

Mostrar a cultura do estado através dos seus principais símbolos, o chimarrão e a erva-mate, pode ser o caminho para atrair turistas

Utilizar uma das principais culturas gaúchas, que é o chimarrão, além de outros produtos feitos da erva-mate, é a aposta do Rio Grande do Sul para atrair pessoas de outros locais. Este foi o tema do 13o Fórum Florestal do RS. O presidente da Emater/RS, Geraldo Sandri, disse que a erva-mate é mais uma grande alternativa para os produtores rurais. “Hoje são cerca de 14 mil propriedades produzindo erva-mate no estado, cinco polos turísticos, trabalhando essa questão e mais de 200 indústrias ligadas à erva-mate”, salienta.

Fabio Zepieli, representante do Sindicato da Indústria do Mate no RS (Sindimate), ressaltou que para fomentar o mercado da erva-mate e do turismo é preciso quebrar paradigmas. “Nós precisamos nos convencer, cada vez mais, a abrir as portas das indústrias e o produtor a abrir as porteiras, porque cada vez mais o nosso cliente quer saber o que está sendo feito e como está sendo feito.”

Para o vice-presidente do Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate), Clairton da Fonseca, a maior carência que o setor ervateiro enfrenta é a falta de conhecimento aprofundado por parte do consumidor. “Através do fomento do turismo, o consumidor se tornará mais consciente sabendo a importância da erva-mate, não só como um alimento, mas como um produto de divisas comerciais para o nosso estado.”

“Ao fortalecer a participação do segmento da erva-mate com o turismo rural, coloca-se em evidência também os alimentos, as bebidas e outros produtos feitos com erva-mate. Isso tudo se insere no turismo”, explicou o assessor da Câmara Setorial da Erva-Mate, Tiago Antonio Fick.


Turismo Rural Ferramenta de transformação e desenvolvimento

Um novo olhar para o campo
Ela entrou vestida de prenda e embalada pela música Céu, Sol, Sul, Terra e Cor, de Leonardo, que é uma radiografia dos valores culturais do Rio Grande do Sul. Todo o auditório acompanhou a voz e violão da cantora Veridiane Becker, que também é professora em Victor Graeff, dando o tom da fala da assistente técnica regional social da Emater/RS, Luciana Gobbi.
“Turismo rural é isso, é dar destaque ao simples, à história, é a valorização do povo do nosso estado, com essa cultura de alemães, negros, italianos, indígenas, portugueses. Essa mistura linda. Tudo isso faz culminar na questão do chimarrão e da erva-mate”, disse entusiasmada, Luciana.

Em sua palestra, ela mostrou que o turismo rural é uma atividade que pode agregar valor e renda à atividade já existente, que é a erva-mate. Trouxe também um pouco da história do turismo rural, que está numa crescente e é necessário fazer com que os produtores acreditem no potencial. “O turismo rural é muito democrático, você pode ter uma área pequena ou grande, tudo depende é do olhar que você dá a sua propriedade”, incentivou.


Gestão pública e fomento institucional

Uma visão estratégica para o desenvolvimento do turismo rural sustentável
A especialista em desenvolvimento local e membro do Conselho Estadual de Turismo, Elaine Marisa Andriolli, disse que hoje a erva-mate é utilizada na indústria de cosméticos, na alimentação, para medicamentos, para energéticos e já existe uma infinidade de comprovações científicos sobre as propriedades dela. “É importante a gestão pública estar junto com os empreendedores do turismo rural para ajudar a difundir pelo mundo a importância que tem a erva-mate. São 223 municípios que produzem e industrializam erva-mate no estado, mas existem apenas cinco roteiros de turismo nesse sentido. Nós precisamos formatar uma rota da erva-mate”, ressaltou.

Rota da Erva-mate – Uma viagem pelos polos ervateiros do Rio Grande do Sul
Ariana Maia, sócia da empresa Inovamate Indústria e Comércio de Erva-Mate entende que o turismo ajuda a alavancar e dar visibilidade aos produtos e ao mesmo tempo segurar o homem no campo. Além disso, ajuda a trabalhar a sustentabilidade da propriedade, fazendo com que as pessoas comecem a se integrar um pouco mais com o meio ambiente e com o local onde elas vivem. “Ao mesmo tempo, o turismo também mantém a cultura, a identidade, mantém a questão natural da região e acaba todo mundo ganhando: nós enquanto empresa, o produtor enquanto empreendedor do meio rural e o visitante que vê tudo mais organizado, revelou otimista.

O investimento que deu certo
A indústria Ervateira Prenda & Peão, que foi criada há 23 anos, está localizada no km 22 da RS 569, no município de Novo Barreiro, RS. Segundo o diretor da empresa, Douglas Ribeiro, o acesso privilegiado trouxe a ideia de uma pequena loja, que no início funcionava dentro da casa da família. A loja deu certo e com o tempo expandiu e qualificou o espaço, onde os viajantes podem parar para descansar e fazer o seu chimarrão. “Nós também criamos um roteiro, que inclui desde a semente do viveiro, preparação das mudas, passando pelo campo para conhecer o plantio e, por fim, o processo de industrialização, que envolve desde a folha verde até o envase”, explicou Douglas. A empresa está inserida no Roteiro Turístico Caminhos da Erva-mate.


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